no instante em percebi
que as fêmeas estão
desamparadas no mundo.
O sopro da vida sai por suas entranhas
e o que lhes sobra é a falsa idéia de redenção.
Os homens recebem apenas
a amarga inutilidade
de platéia que assiste a tudo
subvertida à própria inércia.
Por trás das roupas estamos todos
vestidos com a própria catarse.
O ímpeto me sai pela boca
e quando vomito sangue
é você quem sente o gosto.
Tenho um câncer na alma
que se chama luto
e aos poucos toma conta
de meus ossos e tecidos.
O problema é quando só se tem o passado.
Coisas como a morte são soluções irreversíveis.
Conheci alguém que alcançou
a chegada antes da partida
e que me ensinou
que a vida é provisória.
Por trás das roupas estamos todos
vestidos com a própria catálise.
O sangue jorra por minhas veias
e quando a linha atravessa minha pela
é você quem sente a aflição.
Shel Almeida
(Nota: essa poesia foi escrita após eu ler os livro "Crônica de uma Morte Anunciada" de Gabriel Garcia Marquez e "Rútilo Nada", de Hilda Hilst)
![]() |
Ian Curtis, do Joy Division |
Muito boa,agora entendi q ian curtis esta fazendo na foto.
ResponderExcluirparabens belo poema,duro,mais belo.
She's lost control.
ResponderExcluir